As doenças sexualmente transmissíveis (DST) constituem um grupo de infecções adquiridas durante o ato sexual. São doenças frequentes e sérias, e na maioria dos casos podem ser tratadas e curadas. Entretanto, o melhor é prevenir.
Uma pessoa contrai DST quando mantém contato sexual com alguém que já esteja doente, ou seja, que apresente uma DST. A transmissão da doença se dá pelo contato sexual envolvendo pênis, vagina, ânus e/ou boca, e também pelo líquido seminal, lesões na pele, fluido vaginal e/ou sangue.
Grupos de risco
Qualquer pessoa que mantiver contato com parceiro(a) contaminado(a) pode contrair uma DST, independentemente de preferência sexual, idade ou sexo. Porém existem grupos de risco, que incluem:
– pessoas com grande número de parceiros(as);
– pessoas cujo(a) parceiro(a) tem outros parceiros(as);
– pessoas cujo(a) parceiro(a) apresenta DST, mas não sabe;
– pessoas com DST que não modificam seu comportamento sexual.
A pessoa que se identificar pertencente a algum dos grupos de risco deve consultar um médico para fazer a avaliação. Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de cura. Na ocasião da consulta, é imprescindível que o(a) parceiro(a) também seja avaliado. Caso contrário, o paciente pode ser novamente contaminado.
Pessoas com DST que não fazem o tratamento correto passam a ficar sujeitas a complicações. Mulheres infectadas podem sofrer interrupção da gravidez por abortamentos espontâneos. Algumas DST podem comprometer os órgãos genitais internos, levando à esterilidade (incapacidade de gerar filhos). Esses problemas são prevenidos com sexo seguro, consultas regulares e tratamento precoce.
A única maneira 100% segura de não contrair uma DST é a abstinência (não fazer sexo). Porém há outros mecanismos que ajudam a combater essas doenças, como o uso de preservativos de látex e a escolha criteriosa do(a) parceiro(a).
Uso de preservativos como mecanismo de prevenção às DST
Os preservativos impedem o contato com os fluidos do corpo e pele, reduzindo as possibilidades de transmissão das DST. O preservativo deve ser colocado antes de qualquer contato físico com o(a) parceiro(a). É preciso retirar as bolhas de ar que podem ficar sobre a pele e estender o anel do preservativo até a base do pênis. É também necessário conferir sempre o prazo de validade na embalagem e não armazenar os preservativos em locais muito aquecidos.
É importante lembrar que os preservativos não podem ser reutilizados. Os preservativos de látex são mais eficientes quando o assunto é prevenção de DST, porém, se a pessoa é alérgica ao látex, podem ser usados os de poliuretano.
O uso de lubrificantes promove maior conforto e reduz o risco de rompimento do preservativo. Os mais indicados são os lubrificantes à base de água. É bom evitar aqueles que contenham óleo, loção ou geléias químicas.
No caso de desconfiança de uma DST, é preciso conversar francamente com o(a) parceiro(a). Em caso de dúvida, a abstinência pode ser considerada como a melhor opção naquele momento.
Uretrite por Clamydia
A Clamydia é causada por uma bactéria, que pode ser adquirida a partir do contato dos órgãos genitais e reto com o pênis, vagina, boca ou ânus. Frequentemente não demonstra sintomas no início, mas com o passar do tempo, pode comprometer os órgãos genitais internos.
Os sintomas iniciais compreendem a secreção uretral, ardência ao urinar, dores na região genital. O reto pode ficar dolorido se a doença foi adquirida por meio de sexo anal receptivo. A Clamydia pode ser curada com antibióticos. O tratamento deve ser o mais precoce possível, para evitar danos aos órgãos internos.
Quando não tratado, o homem com Clamydia pode sofrer lesões nos testículos e na próstata. Dores fortes e febre são comuns nesses casos. Na mulher, pode ocorrer comprometimento do útero, trompas e ovários. Se não tratada, a infecção pode passar da mãe para o filho durante o parto. No bebê podem ocorrer problemas nos olhos e pulmões.
Vaginites
Constituem um grupo de infecções que produzem inflamação na vagina. Nem todas as vaginites são DST. Contudo, esse problema é mais freqüente em mulheres com vida sexual ativa.
Muitas vezes, dependendo da causa da vaginite, o tratamento deverá ser aplicado ao casal. Os homens podem transportar e transmitir as infecções. As mulheres podem ocultar a doença, exibindo poucos sintomas. Todas as formas de vaginite podem ser curadas.
Exemplos de Vaginites
A tricomoníase é uma DST. Caracteriza-se pela presença de corrimento amarelo-esverdeado, com um odor bem típico. A vagina pode apresentar queimação e ficar dolorida.
A candidíase produz um corrimento branco, parecido com queijo ricota. Causa queimação e prurido.
A vaginose bacteriana produz corrimento amarelado, abundante e com forte odor.
Tratamento e prevenção:
Os medicamentos podem tratar e curar todos os tipos de vaginites. Os parceiros sempre devem ser avaliados. O uso de cremes ou supositórios também colaboram com bons resultados no tratamento.
Outras medidas auxiliares incluem o uso de sabonetes neutros para higiene íntima e a opção pelas peças íntimas de algodão. Duchas higiênicas devem ser evitadas. Para prevenir as vaginites, a mulher deve consultar regularmente seu médico, limitar o número de parceiros e fazer sexo seguro, com o uso de preservativos.
Se não for tratada a tempo, a infecção poderá progredir para o útero e trompas. Existe o risco de o parceiro ficar contaminado e contaminar outras mulheres. Nas grávidas, as vaginites desencadeiam o trabalho de parto com ruptura das membranas e os bebês nascem com baixo peso.